Texto: Frank Gonçalves e Mary Antunes
Original: Cedido pelo magazine (www.metalvox.com.br)
Fotos: Makila Crowley (www.makilacrowley.com.br)

Curitiba-PR, Brasil
Dia 06 de Maio de 2005

Pouco mais de um ano e meio se passou e a alemã Grave Digger retorna a Curitiba, divulgando o álbum The Last Supper, apresentando uma das capas mais polêmicas da história da banda, porém, até o momento, ainda sem versão nacional.
Antecipadamente, agradeço aos organizadores do evento, em especial, Beto e Erika Toledo, pelo excelente trabalho. Houve mudanças positivas no local após o show das bandas Tristania e Kreator, começando pela limitação dos ingressos – que evitou a saturação do local –, e a extinção das comandas de consumação, acabando com as filas na saída.
Levamos pouco mais de três horas de viagem para chegar ao local do show, Espaço Callas, o qual não convém fazer comentários, visto que o mesmo já foi citado em outras resenhas (ver bandas supracitadas). A fila para entrar era grande e aumentava a cada instante, porém, com a abertura das portas, logo tudo se normalizou. Uma volta pelo local, uma água para aliviar a sede, som mecânico ao fundo, diferenciado na área do show e no bar.
Da janela era possível ver lá fora jovens músicos com instrumentos, indicando que haveria uma banda de abertura. Aliás, este foi um dos comentários surgidos durante a viagem: “Qual banda abriria o show?”, já que nada a respeito havia sido divulgado. Uma cerveja era comprada quando se ouviu o público exaltado. Dirigimo-nos então à frente do palco, e para nossa surpresa, lá estavam: Stefan Arnold, Jens Becker, H. P. Katzenburg, Manni Schmidt e Chris Boltendahl.
The Last Supper abre a apresentação, seguida por Desert Rose, mostrando que as músicas do novo álbum, criticado por muitos, soam melhores ao vivo. Até o momento, nenhuma surpresa, visto que certamente, um dos objetivos do evento é a divulgação do trabalho mais recente. Porém, o melhor ainda estava por vir, pois a apresentação pode ser considerada como uma mistura de “Flash Back”, abrangendo músicas de todos os álbuns (exceto Strong Than Ever, mesmo porque este é apenas da Digger), com alguns “B Sides”, ou seja, músicas ótimas, mas não tão conhecidas. Obviamente, os clássicos não ficaram de fora, mas foi uma sensação inexplicável ouvir músicas como The Grave Dancer, do Heart Of Darkness. Do mezanino, observavam-se cabeças incansáveis, quando Chris anuncia uma música de 1984... Shoot Her Down faz o local tremer! Particularmente, não esperava ouvir isso ao vivo.
As cabeças continuavam batendo ao som de The Reaper, Excalibur, The House, Circle Of Witches e Valhalla, quando mais uma música sai do fundo do baú, desta vez, Paradise, do War Games. Para quem ainda não conhece o material mais recente, Grave In No Man’s Land é apresentada, seguida pela clássica Margane Le Fay e mais uma inesperada, Sympnhony Of Death. Entre uma música e outra, Chris interagia constantemente com o público, elogiando o público brasileiro e perguntando: “Vocês querem mais?” The Dark Of The Sun antecede Knights Of The Cross, a qual foi cantada quase que inteira pelos presentes, e certamente, foi uma das que mais entusiasmou. Na seqüência, Twilight Of The Gods e um breve intervalo.
A formação atual da banda estabilizou-se no álbum ao vivo Tunes Of Wacken, ou seja, é a mesma da tour do Rheingold, em 2003.
Observou-se, porém, que algumas coisas não mudam, e por sorte, coisas boas, como a presença de palco e interação com o público. Nitidamente, percebia-se a sensação de prazer em tocar, não apenas o lado financeiro. Não só Chris, como Frontman, liderava o palco e, ao contrário do que ocorre em outras bandas onde o baterista fica escondido, no Grave Digger, Stefan Arnold é uma das principais atrações, tocando com precisão, vontade e realizando “malabarismos” com as baquetas constantemente. Indescritível é ver numa mesma apresentação, ex-membros de “medalhões” como Rage e Running Wild, ainda mais quando esses membros participaram das formações clássicas das bandas supracitadas. Uma das mudanças percebidas foi a maquiagem de H.P. Katzenburg, trocando a antiga caveira, por um rosto negro e de olhos luminosos vermelhos. Por mais que o teclado não tenha ênfase, principalmente nas músicas antigas, a presença deste músico no palco dá um caráter mais teatral.
Depois de algumas palavras trocadas com o público, Chris apresenta e banda e The Grave Digger é tocada. Mais uma vez, repete-se a pergunta: “Vocês querem mais?”, seguida de: “O que vocês querem ouvir?”. Nisso, em coro, ouve-se a resposta do público: “The clan's are marching `gainst the law - Bagpipers play the tunes of war - Death or glory i will find - Rebellion on my mind”... sem contrariar o público, Rebellion é executada e elevou a taxa de adrenalina da platéia, tanto quanto Knights Of The Cross.
Mais uma pequena pausa, Manni entra sozinho no palco e enquanto brinca com a guitarra, é possível ouvir em coro: “Bussunda!, Bussunda!, Bussunda!, Bussunda!”, uma analogia ao humorista do Casseta e Planeta. Ele parece não entender, mas não se importa e inicia os primeiros acordes de Rheingold.
Infelizmente o show chega ao fim, apresentando mais três clássicas, sendo elas The Roundtable, Lionheart e Heavy Metal Breakdown.
Por mais que alguns estejam criticando negativamente The Last Supper, um show do Grave Digger é algo imperdível e único, pois poucas bandas transmitem tanta energia ao público numa apresentação.
Deixo os agradecimentos finais ao pessoal da Show Master (www.showmaster.com.br) e ao pessoal da excursão, principalmente Makila Crowley (www.makilacrowley.com.br) e Leandro. As 23 músicas executadas foram:

  1. Passion
  2. The Last Supper
  3. Desert Rose
  4. The Grave Dancer
  5. Shoot Her Down
  6. The Reaper
  7. Excalibur
  8. The House
  9. Circle Of Witches
  10. Vallhala
  11. Paradise
  12. Grave In No Man’s Land
  13. Morgane Le Fay
  14. Symphony Of Death
  15. The Dark Of The Sun
  16. Knight Of The Cross
  17. Twilight Of The Gods
  18. The Grave Digger
  19. Rebellion (The Clans Are Marching)
  20. Rheingold
  21. The Round Table (Forever)
  22. Lionheart
  23. Heavy Metal Breakdown.

 

(Logo mais fotos na inauguração da seção de fotos)